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sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

DISCURSO DO SENADOR PEDRO TAQUES: CIDADÃO SUBSIDIÁRIO

Plenário do Senado Federal

Senhores Senadores, Cheguei à conclusão, depois de saber, da decisão proferida em caráter liminar pelo Min. Marco Aurélio do STF que, em nosso país, o cidadão é subsidiário. Ele é aquele que vem depois, o que só entra no jogo quando a vitória ou a derrota já estão asseguradas, o que não se senta à mesa principal ou só come quando os primeiros já tiverem se refestelado.

A decisão a que me refiro é a que diz que o ConselhoNacional de Justiça só pode fazer investigações subsidiariamente, só depois que as instâncias próprias do Judiciário já tiverem se manifestado.

Ela suspendeu os dispositivos da Resolução nº 135-CNJ, que estabelece o procedimento de apuração das denúncias de irregularidades cometidas por magistrados.

Então eu chego à conclusão que subsidiário não é o CNJ, é o cidadão brasileiro, aquele que tolamente imaginou que bandidos pudessem existir em qualquer instituição ou lugar, que acreditou que uma Emenda Constitucional pudesse ser mais forte que uma liminar e que numa verdadeira República não se pode dar preferências a alguém só porque veste uma túnica. Subsidiário, secundário, acessório, o que restou, o que ficou para depois...

Neste país que adora mudar os nomes, mas não as coisas, amante virou marido subsidiário, o roubo virou forma subsidiária de adquirir a propriedade e o Conselho que fiscaliza o Judiciário, um conclave que não pode conhecer sabe, maltratarem.

Mas não foi para dar transparência ao Poder Judiciário que fizemos a Emenda 45? Não foi porque toda a sociedade brasileira via seu Judiciário como uma corporação incompreensível e secreta?

Não foi porque muitos maus juízes usaram o dinheiro público como se fosse, subsidiariamente, deles próprios? Pois o Judiciário não se fiscalizou até agora, e o que impede que outros fiscalizem? E foi a isto que chegamos quando puseram o Conselho Nacional de Justiça como órgão do Judiciário.

Apesar de não ser órgão de controle externo, o CNJ trouxe uma 3 grande novidade: a sociedade civil está nele representada através da indicação de dois Conselheiros pelo Parlamento (um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal). A Advocacia também foi contemplada com dois representantes, do mesmo modo que o Ministério Público. Essa composição mostra que uma das características essenciais do CNJ é seu caráter misto, que integra a sociedade civil e permite a lógica de freios e contrapesos numa dimensão pouco divulgada: a possibilidade de participação dos cidadãos nos processos decisórios e na fiscalização dos agentes estatais.

Ou seja, qualquer cidadão pode fazer reclamações e apresentar denúncias à Corregedoria do CNJ relativas aos magistrados e aos serviços judiciários, conforme previsto no inciso III, § 5º do art. 103-B da Constituição. E compete ao CNJ receber e conhecer dessas reclamaçõescontra os membros do poder judiciário (inc. II, § 4º, art. 103-B CF/88).

Tamanha a importância atribuída a esse papel fiscalizador que o § 7º do mesmo artigo determina expressamente que a União criará ouvidorias de justiça nos Estados, representando o CNJ, a fim de receber diretamente as reclamações e denúncias dos cidadãos.

Isso mostra que o poder de apuração do CNJ foi previsto para ser totalmente independente em relação às Corregedorias Estaduais de Justiça, não sendo, de modo algum subsidiário a elas, mas sim concorrente.

Analisando mais profundamente, o § 4º do mesmo art. 103-B da CF/88, notamos que o caráter concorrente da competência para processar e julgar administrativamente os magistrados é um mandamento constitucional de eficácia plena, não comportando qualquer forma de limitação – especialmente se vier através de interpretação do órgão de cúpula do Judiciário, restringindo ou limitando essa competência.

Dito isso, é preciso voltar ao cerne da questão.

Dados da Corregedoria do CNJ, relativos ao biênio 2008-2009, mostram que o Conselho tem, progressivamente, conquistado a confiança da população, que cada vez mais exerce seu direito de fiscalização do Poder Judiciário. Somente no período mencionado, o número de PADs (Procedimentos Administrativo Disciplinar) abertos para apurar irregularidades na atuação dos magistrados aumentou 62,5%, enquanto que o número de sindicâncias teve crescimento de 714,29% em relação ao período anterior.

Esses números deixam claro que, mais do que uma simples discussão corporativista, o que está em jogo é a construção de uma verdadeira República no Brasil e a preservação de um importante instrumento de controle do sistema de freios e contrapesos, inscrito no modelo constitucionalmente arquitetado da separação dos poderes.

Por essas razões, é preciso dizer com todas as letras: não estando o STF acima da Constituição, qualquer decisão que iniba ou limite a competência do CNJ em apurar denúncias contra magistrados e contra os serviços judiciários é inconstitucional, não só por violar as normas do art. 103-B da Constituição, mas por ferir o princípio republicano, estruturante da ordem normativa brasileira – previsto logo no art. 1º da Carta Magna, bem como a norma do art. 60, § 4º, III, que dá status de cláusula pétrea à separação dos poderes e, vinculado à ela, ao sistema de freios e contrapesos.

Pior é o triste episódio que ontem presenciamos: a decisão liminar proferida pelo Min. Marco Aurélio, na véspera do recesso, além de esboçar uma interpretação confusa dos dispositivos constitucionais, incorre em diversos equívocos, inaceitáveis para a República:

1) Ela ignora que a Emenda Constitucional 45/2004 expressamente dispõe no § 2º do seu art. 5º que: “Até que entre em vigor o Estatuto da Magistratura, o Conselho Nacional de Justiça, mediante resolução, disciplinará seu funcionamento e definirá as atribuições do Ministro-Corregedor”. Ou seja, enquanto o Poder Judiciário não exercer seu poder de iniciativa e encaminhar o novo Estatuto da Magistratura, o funcionando do CNJ e seus procedimentos podem ser regulados por meio de Resolução. É o que fez a Resolução nº 135 atacada;

2) A questão é polêmica, ganhou alcance nacional. Talvez por esse motivo, o Plenário do STF – competente para apreciar liminares em ADIns – adiou por 13 vezes sua apreciação, SEM QUE VISLUMBRASSE URGÊNCIA EM SUA ANÁLISE;

3) O Min. Marco Aurélio, em uma interpretação personalista, na véspera do recesso, deferiu a liminar, acionando o inc. V do art. 21 do Regimento Interno do STF, que prevê uma exceção à competência do Plenário, afirmando que havia urgência suficientemente caracterizada, a ponto de superar o disposto no art. 10 da Lei 9.868/99;

4) No entanto, segundo entendimento consolidado dos membros do STF, a medida de urgência monocrática em ADI apenas pode ser deferia em caso de situações irreversíveis, e que não possam esperar a apreciação do Plenário, sob pena de se tornarem imprestáveis. Nem de longe é o caso da presente liminar;

5) A decisão liminar violou, o princípio do colegiado, e impôs UM ÔNUS À REPÚBLICA A PARTIR DA VONTADE UM ÚNICO MINISTRO, QUE SE OUTORGA PODERES SUPERIORES AO DO SEU TRIBUNAL E TAMBÉM AO DE TODO O CONGRESSO NACIONAL;

6) Não há um único dispositivo constitucional que fundamente diretamente a decisão. Ao contrário, os dispositivos constitucionais afirmam que o CNJ pode receber e conhecer das reclamações contra juízes e tribunais diretamente, sem intermediários;

7) A propalada autonomia dos Tribunais não é absoluta. Dizia Aristóteles que ninguém é bom juiz de si mesmo. Por isso, a Constituição contempla a fiscalização recíproca entre os Poderes e por parte da população. A democracia exige que não haja feudos e organizações secretas que lidem com o bem público. O CNJ não é; ele não pode ser subsidiário. E se há algum proveito nesta decisão subsidiária do Ministro é mostrar que o Conselho Nacional de Justiça precisa de independência. Quem sabe se tornar órgão de controle externo, como inicialmente pensado na EC nº 45/2004. Quem sabe tenha que vir para cá, para o Congresso Nacional, para este Senado da República.

Cabe refletir se, da mesma forma como o Tribunal de Contas da União colabora com o legislativo para o exame das contas da administração, o Conselho Nacional de Justiça deve ser órgão de colaboração do Senado da República, a ele vinculado. Para que a subsidiariedade não nos afogue no pântano de tantos ímpios que ora resfolegam de satisfação com a tranquilidade que se lhes avizinha, pois “está tudo dominado” e o CNJ acaba de ser morto pelo seus próprios méritos.



segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Decisão Soberana do tribunal do Júri


Não há contradição em absolver o mandante em Júri

Muita gente ficou chocada com a decisão do Tribunal do Júri no caso Josino Guimarães (mandante do assassinato do juiz Leopoldino Marques do Amaral) que, aliás, foi um dos maiores (senão, o maior) caso criminal estadual ligado a homicídio. Gostaria de fazer algumas ponderações para, com a frieza que um texto escrito demanda, poder tornar público que a aparente contradição na decisão dos jurados foi, deve ser e será um elemento normal desse tipo de julgamento.

Primeiramente, o processo afeto ao tribunal distingue-se dos demais por julgar o mais bárbaro delito classificado em nosso ordenamento jurídico – a extinção da vida de outrem, seja por homicídio, aborto, instigação ao suicídio, entre outros. E por tratar-se de vida e morte, entendeu a sociedade brasileira constitucionalizar o tema, garantindo um julgamento de ordem popular, onde um cidadão é julgado por seus semelhantes. Ou seja, a sociedade tomou para si mesma o julgamento dos acusados.

Justamente nesse ponto, convém assinalar que, constitucionalmente, o resultado de um julgamento pelo júri não pertence à técnica jurídica própria de um estudioso do Direito e sim ao senso comum da sociedade, onde os jurados representam a opinião do povo, os sentimentos da população, emocionam-se, contradizem-se, simpatizam ou antipatizam pode determinada tese apresentada. É o povo quem quer apreciar o caso, retirando dos juízes togados a jurisdição dos crimes dolosos contra a vida. Essa é uma das máximas históricas do direito criminal.

As teses apresentadas não precisam ser necessariamente jurídicas. Podem ser apenas ligadas aos fatos contemporâneos ao objeto de apreciação popular ou mesmo os supervenientes, ocorridos muito depois dos fatos investigados pelo júri. Pode o jurado se comover, se condoer, de identificar ou mesmo se revoltar em seu entendimento pessoal, íntimo e indevassável. Não tem obrigação de ser um magistrado a fundamentar tecnicamente suas decisões e sentenças; o que há é um juízo social, uma impressão, um sentimento coletivo que os sete representam naquele momento.

Portanto, o conselho de sentença acredita que Josino Guimarães foi mandante, todavia que não há provas para condená-lo por assassinato. E daí? Há que se perquirir se a contradição está na ausência de provas ou no apontamento do mando do assassinato. Pode ser que um dos jurados tenha querido afirmar que o réu não foi o mandante (errou ao votar) e, no quesito seguinte, corrigido seu entendimento para deixar assentado que não havia provas para a condenação. Isso acontece em julgamentos populares, onde o jurado não é obrigado a se justificar, reconsiderar publicamente, manifestar opinião e nem tampouco fundamentar a decisão tomada.

Quem absolveu Josino Guimarães foi a sociedade mato-grossense, é bom sublinhar. A sociedade, representada livremente por um conselho de sentença democraticamente formado pela Justiça Federal Mato-Grossense, entendeu que não há provas suficientes para impingir a segregação ou mantê-la por mais tempo. E ponto. Não havendo concordância, o órgão acusador poderá socorrer-se do recurso de apelação. Convém deixar claro que, nas hipóteses de apelação, há a de contradição da decisão com as provas dos autos e não a de contradição entre quesitos. Parece-me, portanto, ser bastante difícil reverter esta decisão popular que é constitucionalmente soberana, irretratável e imutável.

Importa deixar registrado o trabalho dos profissionais João Cunha e Waldir Caldas, excelentes profissionais. Como já disse, se o jurado emociona-se e identifica-se é o advogado o maior responsável pela absolvição. Fez-se justiça? É claro que sim. Injustiça é não julgar. Justiça não se faz apenas condenando e sim sentenciando. A decisão deve ser respeitada e considerada como vontade popular, já que é a própria Constituição da República a garantidora da liberdade de consciência do júri.

Por Eduardo Mahon  

Eduardo Mahon, é advogado em Mato Grosso e Brasília, doutorando em Direito Penal e membro da Academia Mato-Grossense de Letras.

Revista Consultor Jurídico, http://www.conjur.com.br/  -5 de dezembro de 2011


 

Opinião do Blogueiro;

Belíssimo artigo publicado pelo ilustre colega jurista Eduardo Mahon, concordo plenamente quando afirma o belo trabalho jurídico apresentado pelos nossos também ilustres colegas Waldir Caldas Rodrigues e parceiro João Cunha, principalmente quando reafirma o que nossa Constituição preconiza que é a soberania dos veredictos, in casu o júri popular oriundo do seio da nossa sociedade os verdadeiros juizes do povo.

domingo, 20 de novembro de 2011

IMLB –INSTITUTO MÃOS LIMPAS BRASIL- PROJETO NIÓBIO



Dr. Adriano Benayon entrevistado pelo I.M.L.B

Prezados Brasileiros que não são contemplados com os esquemas de corrupção vigentes em nosso pais;

Temos o prazer de informar que o Dr. Adriano Benayon, doutor em economia pela Universidade de Hamburgo, ex-diplomata do Itamarati e autor do livro "Globalização versus Desenvolvimento" por indicação de José Barboza da Hora, um dos fundadores do Instituto Mãos Limpas Brasil, assumiu a supervisão do projeto Nióbio, que será objeto de uma intensa campanha na internet.

O Nióbio é um mineral estratégico que estaria sendo dado de mãos beijadas para as grandes potências seguindo as práticas entreguistas que passaram a dominar o Brasil desde a morte de Getúlio. O tão aclamado Presidente JK, promoveu, muito antes de Collor, um dos capitulos mais importantes da história do "entreguismo nacional", ao abrir escancaradamente o mercado brasileiro para as industrias estangeiras de automóvel, sendo que até hoje, não temos sequer uma indústria brasileira de veiculos auto-motores, o que obviamente não se deve à falta de competência dos brasileiros que foi muito bem demonstrada na Embraer, com a construção de aeronaves exportadas para as grandes potências. Imaginem onde estaria o Brasil hoje em termos de desenvolvimento social e econômico não fossem os presidentes entreguistas que tomaram de assalto o Poder, através de eleições pseudo-democráticas!

Quando o Brasil for governado por verdadeiros estadistas - e só assim - ele se transformará numa grande potência. Até lá cabe a todos os brasileiros que não trairam a sua Pátria e não se submeteram ao dominio dos DPM - donos do poder mundial, lutar de todas as formas possiveis pela independência econômica do Brasil, independência esta que é a condição básica para que nosso país ocupe o lugar que merece no cenário internacional, onde foi ultrapassado por muitos paises que adotaram estratégias do verdadeiro desenvolvimento nacional.

Ai vai a segunda entrevista de Benayon, como parte do nosso projeto "Economia ao Alcance de Todos" que vai revelar todo o contéudo da caixa preta que domina a corrupção econômica do Brasil.

ML - O sr. tem se referido enfaticamente ao processo de corrupção de Fernando Henrique Cardoso e sua turma, vinculando-o às chamadas privatarias. Na sua opinião o processo de corrupção de Lula e sua turma não teria nenhum esquema entreguista envolvido? Outra eventual diferença seria a dimensão do enriquecimento ilícito das duas turmas. Por exemplo: o patrimônio rural de FHC seria muito maior do que o de Lula? O de Serra muito maior que o de Zé Dirceu ou Genoino?

AB - Sim, considero que as privatizações realizadas, em grande escala, durante os mandados de FHC representam o maior exemplo mundial, de todos os tempos, em matéria de corrupção, pois, de outro modo, não poderia ter havido o que houve. E o que houve? Estatais federais, bancos e estatais estaduais entregues, não apenas de graça, mas fazendo a União gastar centenas de bilhões de reais. Essas empresas e bancos valiam mais que dezenas de trilhões de dólares. Isso porque seu valor na época já era inestimável, insuscetível de ser medido em moedas criadas à vontade por bancos centrais a serviço de banqueiros golpistas, que levaram ao maior caos financeiro da história e desencadearam a depressão mundial, que deve durar mais e ser mais profunda que a famosa dos anos 30. Então, como é possível, sem a mega-corrupção presente, entregar aqueles patrimônios fantásticos acrescidos de vários presentes, como dinheiro em caixa, estoques, liquidação onerosíssima de passivos trabalhistas, doação de créditos fiscais, (por exemplo, havendo ágio no leilão, essa parte foi compensada por créditos fiscais), financiamentos privilegiados etc. etc., pagamento em títulos podres do preço estipulado nas fraudulentas avaliações, e gastando centenas de bilhões de dinheiro dos contribuintes, para dar tudo não só de graça, mas, sim, por preço líquido negativo?

ML - Por que razão o sistema precisaria exagerar tanto nessa busca de vantagens e mais vantagens, chegando ao absurdo de dar tudo de graça? Para que tamanho exagero?

AB - O saqueio das estatais através das ‘privatizações’ foi, repito, o maior que já se fez no Brasil e no Mundo. E não foi o único que se fez no Brasil. Sabemos todos nós que houve muitos e enormes, durante o período mais nefasto da história do Brasil, os oito anos de FHC, antes dele e depois dele. Para ficar só nesse período brutal, grupos financeiros mundiais, associados a alguns grupos locais e com a ajuda de testas-de-ferro, se apoderaram daqueles patrimônios colossais e, em vez de pagar, ainda receberam incríveis subsídios por isso. Então, eu diria o seguinte: desde que o mundo é mundo, quando os saqueadores encontram pouca resistência ou têm meios de neutralizar a resistência, raras vezes eles se autolimitam, moderando o saqueio.

São conhecidos muitos exemplos, ao longo da história antiga e moderna, em que os invasores entravam num país, apoderavam-se do ouro, dos estoques de alimentos etc., aí incendiavam tudo e ainda passavam os vencidos ao fio da espada. A tradição anglo-americana é provocar guerras, forjando incidentes, falseando os fatos, de tal forma a convencer sua opinião pública e a dos demais países que o agressor é o agredido, aí executam ações de guerra contra este, geralmente desprovido de condições de defesa, realizam saqueios incalculáveis, como ocorreu na índia, de forma intensa e continuada, nos séculos XVIII, XIX e primeira metade do XX. No caso da guerra do ópio, através da qual forçaram a admissão de drogas na China, para poder receber as belas manufaturas chinesas de então, sem despender ouro, intensificaram a exploração das riquezas da China e ainda cobraram indenização desse país, como se fosse ele que tivesse levado à guerra.

No Brasil, em termos militares, bastam os precedentes de ter sido forçado a entrar na 2ª Guerra Mundial e ceder bases nesse contexto e da presença nas costas brasileiras em 1964 de bem-armada esquadra norte-americana, pronta a apoiar os governadores de Minas, São Paulo e Rio, além dos comandos militares, insurretos contra o governo federal. Basta, ainda, de um lado, o super-armamento de potências imperiais, EUA e Reino Unido, com bases em toda a América do Sul, e, de outro, o completo desarmamento do Brasil, conseqüência do subdesenvolvimento do País causado pela desnacionalização da economia desde 1954 e pelo desmonte da indústria bélica nacional etc.

Com isso no pano de fundo, bastam para dominar o Brasil: o ataque ideológico, com a grande mídia a serviço das potências imperiais, a maior parte do pensamento político, econômico etc., emanado de universidades de nomeada financiadas por grandes empresas transnacionais; a mentalidade criada pela indústria do entretenimento, pelo marketing, pelas marcas estrangeiras e por aí vai. Com isso grande parte dos letrados e iletrados no Brasil tem a opinião formada pela VEJA, criada para isso com a ajuda de empresas ligadas à CIA, pela TV-Globo, idem, idem, além de outros grupos midiáticos.

Ainda assim, houve resistência às privatizações por parte de manifestantes, alguns sindicais, e de membros do Ministério Público que fizeram petições demonstrando os absurdos das negociatas, obtendo liminares para sustá-las, as quais foram derrubadas em Tribunais Superiores, sabendo-se que a cúpula dos três poderes no Brasil se subordina por inteiro às pressões da oligarquia financeira mundial (à qual estão subordinados também os governos dos países ditos desenvolvidos, que a ajudam na pressão imperial sobre o Brasil). De resto, os tribunais nunca examinaram o mérito das ações impetradas contra a privatização. Deixaram que ela ocorresse, cassando as liminares, e ficou tudo engavetado.

Hoje, portanto, ficou ainda mais sem sentido tentar avaliar as estatais privatizadas na moeda podre, que é o dólar, completamente inflacionado e destinado a ser trocado por outra moeda de vigaristas. De fato, o dólar não vale mais quase nada, hiperinflacionado que está, e prestes a desabar ainda mais. Basta dizer que a onça de ouro beira US$ 1,400.00, e se cotava a pouco mais de 200 dólares em 2002. E isso ainda é só o começo.

E não foram só as privatizações: há ainda as políticas e as medidas específicas para desnacionalizar as médias e grandes empresas de capital nacional, hoje também quase todas em poder de transnacionais, já que foram adquiridas por estas por frações de seu valor real, mesmo sem contar que esse valor seria muito mais elevado se mais de quatro quintos de sua população não vivessem em condições econômicas lamentáveis.

Não duvido de que também haja corrupção entreguista no governo de Lula. Entretanto, o grau de envolvimento deste com esse esquema me parece incomparavelmente menor do que o da gang tucana. Por que? Porque, se Lula não tomou medidas para reverter o processo que já vinha desde Collor, de entregar tudo, e foi intensificado por FHC, pelo menos o desacelerou grandemente.

ML - O Governo Lula estaria assim na sua opinião procurando atender, de forma bonapartista as duas vertentes básicas da economia - a que propõe a privatização e a que propõe a estatização - para assim se pepetuar no Poder? Isso explicaria o apoio de Lula ao MST e ao Chávez?

AB - Não tenho elementos para responder essas perguntas objetivamente. Penso que Lula, que é, sem dúvida, homem esperto, trata de conseguir bases internas de sustentação política e eleitoral. Assim, dá prioridade a programas de distribuição de renda, evita o quanto pode políticas recessivas (embora não interfira na política de juros altos do BACEN, porque sabe que seria derrubado se o fizesse). Em suma, seu objetivo é se manter no poder, enriquecer no processo, o que também ajuda na sustentação política, e vai manobrando entre o que se chamaria a direita e a esquerda.

A realidade é que qualquer presidente no Brasil só chega a isso – e até a candidato – se tiver o beneplácito do sistema de poder da oligarquia financeira anglo-americana. Logo ao ser eleito em 2002, Lula fez duas nomeações de imediato, determinadas por esse sistema: a de Meirelles para o Banco Central e Marina da Silva para o Meio Ambiente.

Mas em muitas áreas, inclusive a de defesa, a do desenvolvimento nuclear, houve apreciável melhora sob Lula. Na área do petróleo, embora timidamente, Lula é muito menos entreguista do que a gang de FHC. Esta, já encarapitada no bonde de Serra, quer atender às transnacionais do petróleo de forma radical.

A política de infra-estrutura e o apoio ao agronegócio e aos grandes empreiteiros (esses estão contentes com Lula) pode envolver corrupção, mas é muito menos nociva ao País do que aquela que privilegia exclusivamente empresas de capital estrangeiro e trata de enfraquecer grandes grupos nacionais a se venderem às transnacionais.

ML - A Rede Globo e o Grupo Pão de Açúcar que recorreram ao capital estrangeiro teriam sido também sido vitimas desta estratégia de desnacionalização ou se enfraqueceram devido à concorrência de outras empresas? Curiosamente a Globo foi se socorrer de capital mexicano. (ou capital anglo-americano "nacionalizado"?)

AB - A Rede Globo, desde antes de 1964, foi capitalizada pelo poder imperial estrangeiro, podendo-se considerar uma associada tradicional ou, antes, uma subordinada local. Slim, o magnata mexicano da TV, tem trajetória semelhante à de Roberto Marinho. O Grupo Abílio Diniz faz parte da suboligarquia local que se alia ao capital estrangeiro. O enfraquecimento da posição concorrencial de empresas brasileiras é, na maioria dos casos, consequência da política econômica, da abertura da economia ao capital estrangeiro e das vantagens que este tem sobre as firmas nacionais. É vítima, portanto, da estratégia de desnacionalização: sendo a política econômica a que é, a empresa nacional tende a perder na concorrência. Não porque ela seja necessariamente menos competente, mas porque as transnacionais usam a força decorrente de sua dimensão em numerosos mercados mundiais, seu poder financeiro muito maior, seu acesso a crédito mais barato etc. Mesmo que sejam mais competentes, não há vantagem para o País em abrir o mercado para elas, porque após dominarem o mercado, seus cartéis só tratam de transferir ganhos para o exterior, e, assim, se produzem as crises de contas externas, o endividamento, a intervenção do FMI para priorizar o pagamento, a política de contenção de gastos, que elimina os investimentos produtivos e destina tudo aos pagamentos financeiros.

Finalmente, não vejo muito sentido em comparar os patrimônios acumulados no Brasil por corruptos de grande porte. Isso porque, em geral, não contamos com dados sobre o que eles acumularam em contas e em outros ativos no exterior.

ML - A criação das Nações Indigenas é um projeto de FHC? Lula fez alguma coisa para desmontar este projeto? E quanto às nossas riquezas minerais, como o nióbio, Lula tomou alguma providência ou aderiu ao entreguismo de FHC?

AB - Obviamente, FHC é o príncipe dos entreguistas, mas está longe de ser o único deles. As reservas indígenas vêm de bem mais longe, pois há decênios que as ONGs financiadas pela oligarquia mundial operam no Brasil, inserem-se na administração pública, controlam a FUNAI (como a área do meio-ambiente etc.) e executam o plano da oligarquia mundial, liderada no caso pela família real britânica. Sarney, podem dizer que é corrupto, e não sou eu que vou negar, mas política do jeito que ocorre nas pseudo-democracias aceitas como democracias pelo poder mundial, não se faz sem muito dinheiro, e quem não o arranja de algum modo, fica à mercê do poder absoluto das transnacionais e da mídia controlada por estas. Sarney não favoreceu as reservas indígenas, mas elas vêm de há mais tempo, tendo tido grande impulso com a reserva dita ianomâmi sob a impulsão de Jarbas Passarinho (governo Collor). Nesse ponto o PT é alienado e segue praticamente a mesma linha de FHC, de intensificar a expansão dessas zonas, destinadas a reservar os recursos minerais mais valiosos (preciosos e estratégicos) para a oligarquia financeira anglo-americana. Pode ser que ceda por pressão da coroa britânica e de outros donos do poder financeiro mundial, mas o faz.

ML - Depois desta onda avassaladora de corrupção que dominou o Brasil nos últimos 16 anos, o sr. não acha que embora a corrupção seja apenas um sintoma de uma grave enfermidade sistêmica, ela deveria estar na pauta dos principais problemas brasileiros? Ou o sr. propõe que a corrupção só será eliminada (ou reduzida significativamente) depois que for implantado um novo sistema econômico em nosso país?

AB - Realmente a corrupção é sistêmica. Tentar combatê-la apenas no varejo só agrava o problema. Ou seja, por exemplo, quando o sistema condena gente honesta como os Capibaribe, do Amapá, e os deixa como ficha-suja, não só comete grave injustiça, mas favorece os corruptos, inclusive de alto coturno, que servem o sistema de poder, comandado pelas transnacionais. Mesmo, quando o político é corrupto de fato, como Roriz, o próprio Sarney, Maluf, Quércia e muitos outros, ainda assim ele é "n" vezes preferível a indivíduos como Sérgio Cabral, Aécio Neves, Marina da Silva e "n" outros que estão aí com o favorecimento do sistema de poder mundial, praticando a corrupção no varejo e no atacado. Por fim, lembro que a mega-corrupção não é fenômeno típico dos últimos dezesseis anos. Em meu livro Globalização versus Desenvolvimento, menciono, entre outras coisas, três lances incríveis de corrupção (só na área do petróleo) havidas no governo do general Geisel, praticadas por e através de Shigeaki Ueki, como presidente da estatal e como ministro das Minas e Energia. Denunciados os esquemas a Geisel por seu secretário particular, o presidente demitiu a este e não a Ueki. Há que recordar também, entre os destaques da mega-corrupção mais antiga, os favorecimentos incríveis prestados ao Japão por Eliezer Batista, à frente da Vale Rio Doce e do mesmo ministério das Minas e Energia.

ML - O sr. tem se colocado simultaneamente contra o capitalismo e contra o socialismo marxista que prega a extinção da sociedade dividida em classes sociais. No que a sua proposta voltada para "economia de mercado" se distingue do capitalismo? A economia de mercado não é uma das premissas do capitalismo? O que diferencia a sua economia de mercado da economia capitalista?

AB - A economia de mercado é antítese do capitalismo, na medida em que o defino como o sistema que permite e favorece a concentração econômica, não impondo qualquer limite legal, nem intervenção estatal alguma, voltada para impedir a eliminação da economia de mercadoque é uma estrutura de mercadona qual existe concorrência e, portanto, incentivo à criatividade e ao desenvolvimento de tecnologias competitivas. Economia de mercado significa uma economia em que o mercado é uma espécie de arena em que os bens e serviços se impõem por sua qualidade e preço. Capitalismo, ao contrário, é caracterizado pelo predomínio de oligopólios, cartéis e monopólios. Sob o capitalismo, o mercado não decide nada (portanto, não é economia de mercado). Tudo está previamente decidido administrativamente pelas empresas dominantes, que, assim, obtêm lucros abusivos, fazem crescer assim seu poder, cada vez mais absoluto. As decisões administrativas, no caso, são piores ainda do que as de uma economia estatizada, pois certamente terão como único objetivo incrementar sempre mais o poder absoluto dos grupos “privados” dominantes. Com isso, estes, cada vez, mais detêm poder absoluto sobre a política. O sábio Machiavello já ensinava, no final do século XV e início do século XVI, que há duas fontes principais de poder: o ouro e as armas, e um se conquista por meio do outro. Fica claríssimo que concentração de poder econômico implica tirania política. Eis porque falar de democracia, nas ditas democracias ocidentais, não passa de piada de péssimo gosto.

ML - Se a sua "economia de mercado" mantém a propriedade privada dos meios de produção, o que implica a manutenção da relação patrão-empregado, porque não considerá-la como um aprimoramento do capitalismo?

AB - Não vejo nada errado com a relação patrão-empregado. Mesmo numa estatal, os diretores-eecutivos têm de agir, na prática, como patrões e outros funcionários como empregados. No Japão e alguns outros países (no Brasil também ocorre em alguns casos) estes não deixavam de opinar sobre vários aspectos da produção e suas idéias eram discutidas em prol da empresa.

As constituições bem intencionadas (nesse aspecto) costumam incluir a norma da função social da propriedade. Isso significa que deve haver propriedade privada dos meios de produção. Do contrário, o poder fica desequilibrado, sem grupos sociais com capacidade de atuar politicamente sem pertencerem ao aparelho do Estado ou à administração de estatais. Além disso, há que dar espaço à criatividade, ao empreendedorismo, que são coisas muito positivas para economia, mas só florescem dentro de empresas não muito grandes. Não existem nas que controlam mercados a seu bel-prazer, com pouca ou nenhuma concorrência.

Isso quer dizer que o capitalismo valha a pena? Não. De jeito nenhum, pois, um sistema qe admite a concentração ilimitada do capital retira totalmente a função social da propriedade, e faz que o mundo dos negócios se torne o campo das ambições diabólicas, em que os líderes de grupos poderosos se comprazem em acumular poder despótico, gerando depressões, com o empobrecimento da classe média, fazendo e desfazendo governantes, como no cenário mundial atual, em que os grandes banqueiros fizeram lucros gigantescos com falcatruas financeiras e, quando estas deram com os burros n’água, receberam trilhões de dólares de ajuda dos governos dos EUA e dos governos europeus. Isso, enquanto o desemprego, que já não era pequeno, dobrou. Pergunto, isso é economia de mercado? Não isso é a coisa mais absurda que já ocorreu sobre a face da Terra.

Conclusão: não faz sentido essa de a economia de mercado ser aperfeiçoamento do capitalismo. O capitalismo é a degeneração da economia de mercado. Solução relativamente simples: impedir essa degeneração, por meio de leis, desde a Constituição, e por meio de controle social permanente, o qual só pode funcionar, enquanto o poder econômico estiver razoavelmente disseminado e, não como, no capitalismo, cada vez mais concentrado em mãos necessariamente malignas. Ou alguém concebe que se acumulem empresas e patrimônios de trilhões de dólares sem pensar senão em poder, poder e mais poder, sem qualquer respeito ou contemplação com o semelhante?

ML - O governo Lula, ao se distanciar dos EUA e se aproximar de seu clássico rival, a Inglaterra, não revelou assim que fez uma opção definitiva pelo capitalismo, opção essa confirmada pela aceitação e pagamento de nossa divida externa?

AB - Não sei em que Lula se aproximou da Inglaterra e se afastou dos EUA. Além disso, esses dois não são rivais. Os dois países poderiam até ser, mas as respectivas oligarquias, que vêm mantendo poder absoluto em ambos, são associadas, a ponto de formar um bloco só: a oligarquia financeira anglo-americana.

ML - Com a entrada dos Bric's no mercado mundial, o sr. não acha que o poder anglo-americano deixou de ser hegemônico? Os Estados Unidos não são hoje dependentes novo Império Asiático liderados pela China?

AB - Não creio que exista império asiático. É possível que a ascensão da China represente um avanço na direção de um contexto de poder mundial menos desequilibrado. Mas ainda falta muito. Há que ver como a Índia e a Rússia evoluem, pois poderiam formar com a China um bloco capaz de resultar em avanço maior nessa direção. Mas o império ainda detém poder militar incomparavelmente maior que o desses todos reunidos e usa todos os seus recursos, inclusive os de seus serviços secretos, em que também investe pesado, para suscitar divisões, conflitos e guerras que façam manter sua hegemonia.

ML - Quais foram as medidas tomadas pelo Governo Lula que poderiam ser assimiladas pelo seu sistema de economia de mercado?

AB - Intencionalmente, não sei se houve alguma. Mas, quando se fomentam obras de infra-estrutura, e se realizam programas de distribuição de renda (embora se devessem criar os que geram trabalho diretamente, e não só indiretamente, como os atuais), se está expandindo o mercado. Mais importante, ainda, dar deliberadamente algum espaço a empresas nacionais em grandes obras, como as das plataformas de petróleo, constitui algo bem positivo, atenuando um pouco os efeitos das criminosas privatizações. Estas, de fato, entre suas perniciosas conseqüências, fizeram com que as grandes estatais deixassem de alocar obras para empresas nacionais, e de pôr especificações nas concorrências que viabilizassem a presença de pequenas e médias empresas nacionais de boa tecnologia, como ocorria, com as estatais, no setor hidrelétrico, nas telefônicas etc.

Adriano Benayon

IMLB - PROJETO NIÓBIO

por Instituto Mãos Limpas Brasil, domingo, 20 de Novembro de 2011 às 19:09



sábado, 19 de novembro de 2011

AERONAVES O HAWKER 200 E O REI DO AR KING AIR 250 DA BEECHCRAFT CORPORATION

Como amante da aviação não poderia deixar de apresentar ao meus seguidores e internautas do mundo inteiro essas maravilhas que Deus deu poder aos homens de construi-las.

O novo jato executivo  HAWKER 200 E "O  REI DO AR" o KING AIR 250 DA BEECHCRAFT CORPORATION, o turbo hélice mais seguro do mundo, o sonho de qualquer executivo bem sucedido, equipado de fabrica com o  Winglet da BLR, mais econômico, mais rapido e decola com menos 122 metros de pista que seus antecessores B200GT, espero que curtam o video a baixo.
















domingo, 30 de outubro de 2011

ESSA CALOU OS AMERICANOS.!

RESPOSTA DO MINISTRO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO NOS ESTADOS UNIDOS

Essa merece ser lida, afinal não é todo dia que um brasileiro dá um esculacho educadíssimo nos americanos!

Durante debate em uma universidade, nos Estados Unidos,o ex-governador do DF, ex-ministro da educação e atual senador CRISTÓVAM BUARQUE, foi questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia.

O jovem americano introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um Humanista e não de um brasileiro.

Esta foi à resposta do Cristóvam Buarque:

“De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso”.

“Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a humanidade”.

Se a Amazônia, sob uma ética humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro. O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia para o nosso futuro. “Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço.”

"Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado”. Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país.

Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.

“Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo”. O Louvre não deve pertencer apenas à França.

Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural Amazônico, seja manipulado e instruído pelo gosto de um proprietário ou de um país. Não faz muito, um milionário japonês, decidiu enterrar com ele, um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado.

“Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum” do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que Nova York, como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada. Pelo menos Manhattan deveria pertencer a toda a humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua historia do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro.

“Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA”. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maiores do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.

“Defendo a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida”. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do Mundo tenha possibilidade de COMER e de ir à escola.

Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro.

"Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. Só nossa!

Comentário do Blog:

A respeito desse tema, anteriormente já demos uma resposta a um tema parecido em um comentário publicado no Jornal Estadão , Quando um "Boçal e Imbecil "de um General Americano comentou que por causa das queimadas no Brasil a nossa Amazônia deveria ser internacionalizada, pois bem foi como um castigo as palavras do general boçal e imbecil, em seguida se sucederam os incêndios na Califórnia e em vários estados americanos nos quais eles não conseguiram controlar, logo após houve o derramamento do poço de petróleo da plataforma do golfo do México por vários meses, esse acidente que somente foi controlado depois de ter ocorrido uma das maiores e sem precedente catástrofe nos Estados Unidos e para o mundo, portanto após esses fatos os boçais e Imbecis se calaram, mas até quando?.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

TRATAMENTO DA PRÓSTATA SEM PRECISAR FAZER CIRURGIA RADICAL

RECEBIDO POR E-MAL DE UMA AMIGA QUE MORA NA FRANÇA E QUE ATUA NA ÁREA MÉDICA.

Portugal pioneiro em tratamento da

PRÓSTATA






HIPERPLASIA BENIGNA SOB A MIRA DE UMA INVESTIGAÇÃO INOVADORA













JÁ NÃO É PRECISO RECORRER À CIRURGIA

Quando se escreve sobre saúde, é costume referir a taxa de incidência das doenças na sociedade, quer em número de pacientes num determinado universo,quer na percentagem da população atingida.
Este é um caso especial, porque a hiperplasia da próstata é um problema.

que não se situa dentro de margens percentuais: atinge TODOS os homens,

mais cedo ou mais tarde,é apenas uma questão de idade.


Sendo uma doença que só aparece em idades avançadas, torna-se particularmente relevante numa ocasião em que a esperança de vida aumenta continuamente.



Mas vamos a números, no concreto: A partir dos 60 anos de idade, a incidência é de 65% na população masculina; e ntre os 70 e os 80, sobe para 80%, entre os 80 e os 90 para 90% e a partir dos 90 o número é mesmo 100% - todos!


Trata-se, portanto, de um mal a que não se pode fugir. Há que lidar com ele da melhor maneira, porque faz perder completamente a qualidade de vida, a dignidade e a hipótese de uma existência feliz. Até hoje, todas as soluções implicavam sofrimento, mudança radical de hábitos, medicamentos extremamente caros para o resto da vida e a perda total da capacidade sexual.


Tudo mudou graças à iniciativa de um cientista português que, com investigação, descobriu uma forma de melhorar a doença, sem cirurgia, sem internamento hospitalar e sem alteração da actividade sexual ou até a sua melhoria.

Trata-se do Dr. João Martins Pisco, já pioneiro no tratamento de mulheres

com fibromiomas uterinos, a quem cura sem cirurgia, permitindo a manutenção dos órgãos reprodutores e a capacidade de ter filhos.

Agora encontrou uma solução da mesma grandeza para os homens e é, neste momento, o único médico no Mundo a fazer este tipo de investigação.

Na realidade, é uma investigação que está a efectuar com excelentes resultados, pois nesta fase não se deve denominar de tratamento.
Tudo começou no início de 2009 e estão tratados até agora 65 pacientes, dos quais apenas um não obteve os resultados desejados. Isto equivale a uma taxa de sucesso de 98,5%, o que para uma nova terapia acabada de inventar é um número extraordinário.

(estes dados foram actualizados em 5 de Dezembro de 2010)
Dos 24 pacientes tratados com êxito, nove estavam algaliados e não podiam, portanto, ter relações sexuais. Todos renasceram para uma vida nova, com qualidade e um futuro em que podem agora confiar.

O primeiro doente que se quis submeter à investigação de Martins Pisco, para além do valor emblemático de ter sido o primeiro, adquiriu dimensão histórica no currículo e na memória do pioneiro português. Tratou-se de um seu amigo pessoal, de 78 anos de idade, que lhe confidenciou que estava numa fase de completo desespero por estar algaliado havia 3 meses e estar a chegar a um ponto em que já não agüentava mais aquilo em que a doença lhe transformara a vida. Foi tratado, abandonou por completo a medicação e telefonou, um ano depois, a comunicar, feliz, que ia ser pai: a esposa, de 39 anos, estava grávida.

Mas vamos a factos, quanto à doença e a esta nova investigação revolucionária que significa uma nova esperança para os homens - para todos os homens.

O QUE É A HIPERPLASIA BENIGNA DA PRÓSTATA

Com o avançar da idade, a próstata "incha", aumenta de volume. Trata-se de uma proliferação adenomatosa, não maligna, que pode obstruir as vias urinárias inferiores. É o tumor benigno mais comum no homem.

Esta patologia pode começar a aparecer depois dos 40, mas normalmente isso só sucede por volta dos 60 ou mais; a partir daí, a incidência aumenta muito com o passar dos anos e acaba por ser inevitável a partir de uma idade avançada.

SINTOMAS

Os sintomas mais comuns são a dificuldade em urinar, fazê-lo normalmente em pequenas quantidades e com uma vontade frequente, que muitas vezes leva os homens a levantar-se várias vezes durante a noite para ir à casa de banho.

O jacto pode ser fraco e intermitente ou mesmo causar dor. Fica-se com a sensação de que a bexiga continua cheia. Por vezes há também perda de sangue.Estes sintomas podem ocorrer isoladamente ou em conjunto.

Quando a situação se agrava, pode chegar-se à retenção urinária, que leva o paciente ao hospital para que lhe seja introduzida uma sonda pela uretra, para esvaziar a bexiga.

DIAGNÓSTICO

Faz-se através de exames médicos, que podem ir do toque rectal à ecografia pélvica por via rectal, análises laboratoriais incluindo Urina II, Glicemia, Colesterol, Triglicerideos, Hemograma, V.S., Creatinina e Ureia, exame PSA (dosagem do antígenio prostático específico), para determinação de existência ou não de neoplasia.



MEDICAÇÃO

É a primeira fase de abordagem ao problema, quando não é ainda muito grave.

Usam-se medicamentos, que por norma reduzem a potência sexual em mais de metade dos casos. São eles os antagonistas alfa1 (doxazosina, alfasusina e tamsulosina) e os inibidores da 5 alfa reductase (finasteride e dutasteride). Com o evoluir da patologia, avança-se para uma das várias soluções cirúrgicas que existem.

CIRURGIA

A mais comum é a "prostatectomia a céu aberto", ou seja, a extracção cirúrgica da próstata.

Existe também a "ressecção transuretral da próstata" (TURP), em que todo o procedimento é realizado pela uretra.

Outros métodos incluem cirurgia a laser, termoterapia, eletrovaporização, etc., mas com resultados que não se comparam aos das cirurgias clássicas.

As intervenções cirúrgicas estão frequentemente associadas a hemorragia, com necessidade de transfusão sanguínea.



A TURP está sempre associada a ejaculação retrógrada (o esperma vai para a bexiga) e a cirurgia clássica provoca igualmente a ejaculação retrógrada e impotência sexual numa grande percentagem dos pacientes.

Os números "oficiais" apontam para índices de impotência entre os 50 e os 60%, mas o Dr. Martins Pisco, após uma Conferência em que participou recentemente em Tampa, nos Estados Unidos, foi abordado por vários colegas americanos que lhe garantiram que os "números oficiais" eram falsos e que a impotência resultante da cirurgia era de cerca de 100%.

NÃO FAZER NADA

Quando não tratada, a HBP pode levar a graves complicações: cálculos na bexiga, infecções urinárias, insuficiência renal e retenção urinária, que obriga ao uso de algália.

Resolver o problema é sempre inevitável.

A NOVA DESCOBERTA O CAMINHO DA ESPERANÇA

Trata-se de uma técnica de radiologia de intervenção, chamada "embolização" e que se aplica em determinadas artérias, conforma a doença. É o método que Martins Pisco utiliza já para curar fibromiomas uterinos em mulheres, embolizando-lhes as artérias que alimentam os miomas, e que agora encontrou forma de estender aos homens, para intervir na próstata.

Embolizar" significa provocar a oclusão de um vaso sanguíneo, normalmente uma artéria, para diminuir o fluxo de sangue a um determinado local.

No caso da próstata, o seu aumento de volume depende de irrigação sanguínea.

O que Martins Pisco faz é "entupir" as artérias que fornecem esse sangue,

levando a que ela "mirre", atrofia que surge uma vez interrompida a circulação sanguínea que a irriga.O processo é rápido (e acredita-se nesta fase da investigação que é também duradouro) e a próstata é preservada, obtendo-se uma diminuição de volume que chegou já, nos casos tratados e no curto prazo desta terapia, a uma redução de 65% do tamanho original.

Conseguido isto, os sintomas melhoram ou desaparecem mesmo, a medicação é abandonada e a potência sexual mantida.

Esta técnica inovadora chama-se "embolização das artérias prostáticas" (EAP) e é uma nova resposta à Hiperplasia Benigna da Próstata.

É minimamente invasiva, não comporta os riscos inerentes a qualquer outra forma de cirurgia e não requer anestesia geral.


EMBOLIZAÇÃO DAS ARTÉRIAS PROSTÁTICAS

Tudo começa com uma consulta prévia, exames e algum tempo de preparação, que inclui o abandono dos medicamentos tradicionais, durante alguns dias e até à intervenção.

Chegado "o dia", o paciente apresenta-se no hospital com 4 horas de jejum,

é preparado para o tratamento e conduzido à sala de intervenção, onde, sob anestesia local, pode acompanhar todo o processo através dos monitores que orientam os terapeutas.

É introduzido um cateter com 1,5 mm de diâmetro (comparável à agulha de anestesia de um dentista) numa artéria na zona direita da virilha,

por onde é injectado um produto, que consiste em microesferas de plástico à base de polivinil álcool, que vai proceder à oclusão dos vasos sanguíneos que alimentam o lado esquerdo da próstata, passando-se então para a artéria que alimenta o lado direito. Em ambos os casos é preservada a permeabilidade das artérias pudendas internas, o que permite aos pacientes manter a potência sexual.

O evoluir do processo é acompanhado em monitores de uma aparelhagem sofisticada que orienta a equipa, podendo verificar-se, em tempo real, o entupimento dos vasos sanguíneos cuja oclusão se pretende.

                      
Artéria ilíaca interna antes da embolização das artérias prostáticas, que já não são visíveis depois.

Todo o processo demora uma a duas horas, durante as quais o paciente mantém a consciência e pode visualizar o tratamento.

Volume da próstata antes e depois da embolização Retirado cateter, está concluída a intervenção, sem dor nem perda de sangue.

DEPOIS DA EMBOLIZAÇÃO

Duas horas após a embolização, o paciente já pode ir à casa de banho pelo seu próprio pé e já urina sem dificuldade.

Três horas depois, pode tomar uma refeição ligeira. Volvidas quatro a oito horas, tem alta e regressa a casa, mesmo que more a centenas de quilómetros de Lisboa.

O período aconselhado de convalescença é de dois a três dias, mas a maior parte dos pacientes retoma as suas actividades no dia seguinte.

Não deve, em qualquer dos casos, ficar acamado, devendo ter um dia normal da actividade física a que esteja habituado.

Na manhã após o tratamento, recebe um telefonema do médico, que volta a contactá-lo uma semana depois e o acompanhará durante três anos.

Todos os pacientes recebem o número de telemóvel do médico, que estará disponível 24 horas por dia.

RESULTADOS

Sem vasos sanguíneos, a diminuição do tamanho da próstata e dos nódulos adenomatosos faz-se gradualmente, verificando-se uma redução progressiva nos primeiros 3 meses após a embolização.

Os pacientes tratados afirmam uma melhoria da qualidade de vida e de estado de espírito, mais optimismo, melhor disposição para as actividades pessoais e profissionais, mais energia e mais espírito criativo. Testemunham ter passado a dormir com maior tranquilidade e alguns referem uma melhoria clara de potência sexual.

A QUEM SE DESTINA

Esta investigação está a ser prioritariamente direccionada por Martins Pisco para doentes com obstrução uretral aguda, hematúria refractária e doentes algaliados durante muito tempo (como era o caso de nove dos 25 já intervencionados), particularmente aqueles com indicação cirúrgica absoluta (retenção urinária, insuficiência renal secundária a obstrução prostática, hematúria, divertículo, litíase vesical) ou a doentes a quem uma patologia associada grave torne a cirurgia prostática num risco considerável.

Apesar da embolização ser minimamente invasiva, só deve, contudo, ser efectuado em pacientes com sintomas graves.

Por tal motivo, todos os doentes serão avaliados por um urologista da equipa de Martins Pisco, o Professor Luis Campos Pinheiro. Após o acordo do urologista, o paciente deverá efectuar um exame Angio-TAC Pélvica para avaliação dos vasos da pélvis e da próstata.


(Pedro Laranjeira)                                                               Dr. João Martins Pisco


A fim de evitar qualquer risco, a embolização só será realizada se aqueles vasos não estiverem muito envolvidos pela ateroesclerose.

A avaliação dos resultados da embolização é efectuada periodicamente pelo mesmo urologista.

Por se tratar de uma investigação nova e não ainda de um tratamento standard, os resultados tem de ser avaliados periodicamente.

Constitui também uma solução para quem, por motivos religiosos (como é o caso das testemunhas de Jeová), não queira ser submetido a cirurgia ou a transfusões sanguíneas, que aqui não são necessárias mas são normalmente inevitáveis nas cirurgias clássicas.

Finalmente, é uma abordagem inovadora – e agora possível – ao problema dos doentes com diagnóstico de Hiperplasia Benigna da Próstata.

A QUEM NÃO SE DESTINA

Doentes já com diagnóstico de neoplasia próstática (cancro da próstata). Doentes com aterosesclerose avançada ou grande tortuosidade dos vasos pélvicos, uma vez que não permite a cateterização eficaz das artérias.

MARCOS HISTÓRICOS

30-03-2009 Realização da embolização no primeiro doente com HBP, homem de 78 anos de idade, algaliado havia 6 meses e que continua sem algalia.

14-01-2010 Completa-se embolização em 18 doentes.

26-02-2010 No Congresso do Patient Care apresenta-se pela 1ª vez a embolização como terapia para HBP.

16-03-2010 No congresso do SIR, em Tampa, Estados Unidos, apresentam-se os primeiros resultados preliminares.

13-05-2010 No Curso pós-graduado da SPRMN dá-se informação sobre a embolização na HBP.

10-06-2010 Desloca-se a Lisboa um Radiologista de Intervenção Americano

para observar a EAP praticada por Martins Pisco.

20-09-2010 Procedimento oficialmente aprovado nos Estados Unidos.

29-09-2010 Completa-se embolização nos primeiros 45 pacientes.

05-12-2010 Atingido o número de 65 pacientes, com uma taxa de êxito de 98,5%. (dados atualizados em 17 de Dezembro de 2010).


OPINIÃO DO BLOG:   É sempre BOM pesquisar sobre esse trabalho, para não entrar em canoa furada, verificar as fichas profissionais desses senhores em Portugal, a clinica deles e pacientes confirmadamente tratados por eles através desse novo método médico, achei interessante o tema e coloquei aqui no blog para que os eleitores pudessem tomar conhecimento, já que é um mal que assola grande parte dos homens acima de 60 anos no Brasil.














domingo, 16 de outubro de 2011

"Arenga aos Magistrados que Estréiam"


Trecho do polêmico discurso do Juiz francês Oswald Baudot na cerimônia de investidura dos novos magistrados franceses:

"Estais empossados e advertidos. Permiti-me que também vos fale, a fim de corrigir algumas coisas que vos foram ditas e de fazer-vos ouvir algumas coisas inéditas."

Ao entrar na Magistratura vos tornastes funcionários de um escalão modesto. Não levanteis muito alto a cabeça. Não vos deixeis enganar por palavras como "terceiro poder", "poder do Povo", guardiãs das liberdades públicas". Não tendes senão um poder medíocre: o de meter as pessoas na cadeia. E só vos dão este poder porque ele é geralmente inofensivo. Quando condenardes há cinco anos de prisão um ladrão de bicicletas, não estareis molestando a ninguém. Evitai abusar desse poder.

Não penseis ser mais considerado por ser mais terríveis. Não julgueis que ides, como novos São Jorge, vencer o dragão da delinqüência por uma repressão impiedosa. Se a repressão fosse uma coisa eficaz, há muito tempo teria alcançado seus objetivos. Se ela é inútil, como creio, não penseis em fazer carreira à custa da cabeça dos outros. Não conteis a prisão por anos ou meses, mas por minutos e segundos, exatamente como se tivésseis vós mesmos de sofrê-la.

"É verdade que entrais numa profissão em que vos exige sempre que tenhais caráter, mas entendem por isto apenas que sejais inclementes com os miseráveis. Covardes diante dos superiores, intransigentes com os subalternos este é, em geral, o comportamento dos homens. Tratai de evitar isso. A justiça é aplicada impunemente. Não abuseis da impunidade. Em vossas funções, não deveis dar exagerada importância à Lei, e de um modo geral desprezai os costumes, as circulares, os decretos e a jurisprudência. Deveis ser mais do que o Tribunal de Justiça, sempre que se apresentar uma ocasião. A Justiça não é uma verdade estagnada em 1810. É uma criação perpétua. Ela deve ser feita por vós. Não espereis o sinal verde de um ministro, ou do legislador, ou das reformas sempre em expectativa. Fazei vós mesmos a reforma. Consultai o bom senso, a equidade, o amor do próximo, antes da autoridade e da tradição. A lei se interpreta. Ela dirá o que quiserdes que ela diga. Sem mudar um til, pode-se com os mais sólidos considerandos do mundo, dar razão a uma parte ou a outra, absolver ou condenar à pena máxima.Desse modo que a lei não vos sirva de álibi."

"Verificareis, aliás, que à revelia dos princípios estabelecidos, a Justiça aplica extensivamente as leis repressivas e restritivamente as leis liberais. Procedei de modo contrário. Respeitai as regras do jogo quando ela vos freia. Sede bons jogadores, sede generosos. Será uma novidade. Não vos contenteis de cumprir os deveres do ofício. Vereis desde logo que, para ser um pouco úteis, devereis abandonar os caminhos batidos. Tudo o que fizerdes de bom será um acréscimo."

Gosteis ou não, tendes um papel social a desempenhar. Sois assistentes sociais.

Vossa decisão não termina numa folha de papel.Corta na carne viva. Não fecheis vossos corações ao sofrimento nem vossos ouvidos ao clamor. Não sejais desses juízes menores que só querem tratar de processos pequenos. Não sejais árbitros indiferentes acima de tudo e de todos. Tende sempre a porta aberta a todos. Há trabalhos mais úteis do que o de caçar essa borboleta - a verdade - ou de cultivar essa orquídea - a ciência jurídica.

"Não sejais vítimas de vossos preconceitos de classe , religiosos, políticos ou morais. Não penseis que a sociedade seja intangível, a desigualdade e a injustiça inevitáveis e a razão e a vontade humanas incapazes de qualquer mudança. Não acrediteis que um homem seja culpado de ser o que é nem que ele dependa apenas de si mesmo para ser de outra forma. Em outras palavras - não o julgueis. Não condeneis o ébrio. O alcoolismo, que a medicina não sabe curar não é uma escusa legal, mas é uma atenuante. Por serdes instruídos não desprezeis o iletrado. Não apedrejeis a preguiça, vós que não trabalhais com as mãos. Sede indulgentes para com os demais seres humanos. Não aumenteis suas aflições. Não sejais dos que aumentam a aflição do aflito."

"Sede parciais. Para manter a balança entre o forte e o fraco, o rico e o pobre, que não têm o mesmo peso, é preciso que calqueis a mão do lado mais fraco da balança. Essa é a tradição capetiana. Examinai sempre onde estão o forte e o fraco que não se confundem necessariamente com o delinqüente e sua vítima. Tende um preconceito favorável pela mulher contra o marido, pelo filho contra o pai, pelo devedor contra o credor, pelo operário contra o patrão, pelo vitimado contra companhia de seguros, pelo enfermo contra a Previdência Social, pelo ladrão contra a polícia, pelo pleiteante contra a Justiça. E tende um último mérito: perdoai este sermão da montanha a vosso colega dedicado."

Fonte: Inserto em artigo publicado pelo jornalista Mello Mourão no jornal "Folha de São Paulo" de 7/3/1979. e por www.soleis.com.br





segunda-feira, 3 de outubro de 2011

A VERDADE DOI, MAS TEM QUE SER DITA E REFLEXIONADA SOBRE O ATUAL COMPORTAMENTO HUMANO


Arnaldo Jabor e mais uma dentro

Estamos com fome de amor...




















O que temos visto por ai ???

Baladas recheadas de garotas lindas, com roupas cada vez mais micros e transparentes.

Com suas danças e poses em closes ginecológicos, cada vez mais siliconadas, corpos esculpidos por cirurgias plasticas, como se fossem ao supermercado e pedissem o corte como se quer... mas???



Chegam sozinhas e saem sozinhas...

Empresários, advogados, engenheiros, analistas, e outros mais que estudaram, estudaram, trabalharam, alcançaram sucesso profissional e, sozinhos...

Tem mulher contratando homem para dançar com elas em bailes, os novíssimos "personal dancer", incrível.














E não é só sexo não!

Se fosse, era resolvido fácil, alguém dúvida?

Sexo se encontra nos classificados, nas esquinas, em qualquer lugar, mas apenas sexo!

Estamos é com carência de passear de mãos dadas,



dar e receber carinho, sem necessariamente, ter que depois mostrar performances dignas de um atleta olímpico na cama ... sexo de academia . . .
Fazer um jantar pra quem você gosta e depois saber que vão "apenas" dormir abraçadinhos,



sem se preocuparem com as posições cabalisticas...
Sabe essas coisas simples, que perdemos nessa marcha de uma evolução cega.
Pode fazer tudo, desde que não interrompa a carreira, a produção...
Tornamo-nos máquinas, e agora estamos desesperados por não saber como voltar a "sentir", só isso, algo tão simples que a cada dia fica tão distante de nós...

Quem duvida do que estou dizendo, dá uma olhada nos sites de relacionamentos "ORKUT", "PAR-PERFEITO" e tantos outros, veja o número de comunidades como: "Quero um amor pra vida toda!", "Eu sou pra casar!" até a desesperançada "Nasci pra viver sozinho!"

Unindo milhares, ou melhor, milhões de solitários, em meio a uma multidão de rostos cada vez mais estranhos, plásticos, quase






















etéreos e inacessíveis, se olharmos as fotos de antigamente, pode ter certeza de que não são as mesmas pessoas, mulheres lindas se plastificando, se mutilando em nome da tal "beleza"...

Vivemos cada vez mais tempo, retardamos o envelhecimento, e percebemos a cada dia mulheres e homens com cara de bonecas, sem rugas, sorriso preso e cada vez mais sozinhos...

Sei que estou parecendo o solteirão infeliz, mas pelo contrário...
Pra chegar a escrever essas bobagens?? (mais que verdadeiras) é preciso ter a coragem de encarar os fantasmas de frente e aceitar essa verdade de cara limpa...


Todo mundo quer ter alguém ao seu lado, mas hoje em dia isso é julgado como feio, démodê, brega, familias preconceituosas...

Alô gente!!! Felicidade, amor, todas essas emoções fazem-nos parecer ridículos, abobalhados...

Mas e daí? Seja ridículo, mas seja feliz e não seja frustrado...

"Pague mico", saia gritando e falando o que sente, demonstre amor...

Você vai descobrir mais cedo ou mais tarde que o tempo pra ser feliz é curto, e cada instante que vai embora não volta mais...

Perceba aquela pessoa que passou hoje por você na rua, talvez nunca mais volte a vê-la, ou talvez a pessoa que nada tem haver com o que imaginou mas que pode ser a mulher da sua vida...

E, quem sabe ali estivesse a oportunidade de um sorriso a dois...

Quem disse que ser adulto é ser ranzinza ?


Um ditado tibetano diz: "Se um problema é grande demais, não pense nele... E, se ele é pequeno demais, pra quê pensar nele?"

Dá pra ser um homem de negócios e tomar iogurte com o dedo, assistir desenho animado, rir de bobagens e ou ser um profissional de sucesso, que adora rir de si mesmo por ser estabanado...

O que realmente, não dá é para continuarmos achando que viver é out... ou in...



Que o vento não pode desmanchar o nosso cabelo, que temos que querer a nossa mulher 24 horas, maquiada, e que ela tenha que ter o corpo das frutas tão em moda, na TV, e também na playboy e nos banheiros, eu duvido que nós homens queiramos uma mulher assim para viver ao nosso lado, para ser a mãe dos nossos filhos, gostamos sim de olhar, e imaginar a gostosa, mas é só isso, as mulheres inteligentes entendem e compreendem isso.



Queira do seu lado a mulher inteligente: "Vamos ter bons e maus momentos e uma hora ou outra, um dos dois, ou quem sabe os dois, vão querer pular fora, mas se eu não pedir que fique comigo, tenho certeza de que vou me arrepender pelo resto da vida"...

Porque ter medo de dizer isso, porque ter medo de dizer: "amo você", "fica comigo", então não se importe com a opinião dos outros, seja feliz!





Antes ser idiota para as pessoas que infeliz para si mesmo!


Para ler, divulgar e . . . praticar !







(JORNAL O DIA!  Arnaldo Jabor)