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sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Lewandowski absolve Dirceu e põe saia justa no STF, Lewandowski. Botou gosto ruim no Leviatã brasileiro 05/10/2012




Sei que é um exagero, mas o poeta e teatrólogo russo Maiakovisk, autor de uma obra impagável chamada “O Percevejo”, recomendava aos seus atores o uso de uma lupa durante o processo de análise da personagem. Em outras palavras, no jargão do jornalista Walter Santos, dizia o russo, exagere, e aí, chegaremos a um meio termo.
Nesse julgamento do chamado “mensalão”, em curso no Supremo Tribunal Federal, transformado pela vaidade midiática e pelos vícios de indicação de seus componentes, em um tribunal de exceção, vários dados chamam a atenção. Para recuperar qualquer memória, tribunal de exceção, por excelência, durante a Inquisição, os cristãos acreditavam piamente nos juízes do Santo Ofício, Eram imaculados, representantes de Cristo e os magistrados do Bem, que atuavam para banir o Mal. A velha dicotomia judaica em voga até hoje: “ somos o povo de deus, somos do bem e, os outros, são do mal”... Blá, blá, que funciona.
Todo sabem que o ex-presidente Lula tinha um primeiro-ministro, JoséDirceu. Talhado na luta armada, expert em disfarces, um “bruxo” da esquerda na arte da política. Eis que a chance da direita para destruí-lo apareceu, já que seria o sucessor de Lula, que parte das elites, principalmente as famíglias midiáticas, combatiam, acharam munição fornecida pelo “Baluarte” da moralidade de ocasião da classe média, Roberto Jefferson. Surgiu o tal “mensalão”. O que é ou foi o “mensalão? Um esquema em que o governo dava dinheiro aos partidos da própria base aliada, para votarem a favor do próprio governo. Isto é o tal “mensalão”, que o procurador geral da República, Gurgel, ofereceu “provas tênues” e Joaquim Barbosa não comprovou na sua acusação, não isenta, corretamente, Dirceu e outros de variados crimes, como caixa 2 eleitoral, lavagem de dinheiro, corrupção e etc. Mas, surfa na onda do “mensalão” proporcionado pela mídia golpista.
Mas no Tribunal do Santo Ofício da TV Globo , inesperadamente, no meio do caminho tinha um Ricardo Lewandowski. Botou gosto ruim no Leviatã brasileiro.
Parcos leitores desta coluna, leiam as notícias do dia e entendam a saia justa em que o STF se meteu.
A notícia - Sem descartar que o ex-ministro José Dirceu foi “mentor da trama”, o revisor do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Ricardo Lewandowski, disse nesta quinta-feira que não há prova “documental” contra o petista e que as acusações do Ministério Público Federal são baseadas em “ilações” e “conjecturas”.
Ele afirmou ainda que a Procuradoria-Geral da República montou um “figurino genérico” que poderia encaixar qualquer “personagem com cargo no Executivo”.
O revisor, no entanto, disse que não descarta o envolvimento de Dirceu no esquema. “A participação nos eventos e deduzida por ilações ou conjecturas. Não afasto que Dirceu tenha participado dos eventos, não descarto que seja mentor dessa trama, mas o fato é que isto não encontra ressonância nas provas dos autos.”
Lewandowski criticou o trabalho do Minsitério Público dizendo que não individualizou a conduta de Dirceu e se baseou em depoimentos da CPI do Congresso, enquanto o petista tem outros testemunhos de figuras importantes da República que negam sua participação no mensalão.
“Repito o que já havia dito por ocasião do recebimento da denúncia e mantenho agora. Mesmo após vasta instrução probatória o MP limitou-se a potencializar o fato de José Dirceu exercer funções na República sem se dar a trabalho de descrever ainda que minimamente as acusações. Restringindo-se a fazer meras suposições”, disse.
O revisor apontou ainda que repudia “expressamente” o que alguns teóricos estão chamando do direito penal do inimigo, que o réu deve ser condenado.
Ontem, Lewandowski também absolveu o ex-presidente do PT, José Genoino, pela compra de apoio políticos nos primeiros anos do governo Lula. O ministro responsabilizou o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, pelos repasses aos parlamentares e pelos empréstimos fictícios que abasteceram o valerioduto. Sacaram?
Resumo: Barbosa e outros ministros, além do procurador não apresentaram provas. Para agradar a mídia e a classe média inconformada que está se proletarizando, até o STF condena réu com base em notícia de jornal. O Brasil, todos sabem, é o único país do mundo onde os jornalistas acreditam que fazem jornalismo. Acreditam na liberdade de expressão, e não enxergam a liberdade de extorsão midiática. Tanto faz, panfletos editados em bairros como redes de TV, revistas e jornais. Liberdade de extorsão vem antes da liberdade de expressão.
Segue o noticiário com o voto de Lewandowski:
Hoje, ele disse que os autos mostram que Delúbio tinha total autonomia para tratar das negociações financeiras do PT.
“O MP não logrou produzir prova nenhuma sobre a alegada subordinação entre José Dirceu e Delúbio, o qual agia com total independência no que tocava às finanças do partido”.
O relator do caso, Joaquim Barbosa, seguiu outra linha e apontou ontem o ex-ministro da Casa Civil, homem forte do governo Lula, como o “mandante” do esquema.
“O conjunto probatório [...] coloca o então ministro-chefe da Casa Civil em posição central, posição de organização e liderança da prática criminosa, como mandante das promessas de pagamento de vantagens indevidas aos parlamentares que viessem a apoiar as votações de seu interesse”, disse o relator.
Vai ter que rebolar, rebolar, rebolar
Reprise da notícia: o revisor do processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal, o ministro Ricardo Lewandowski afirmou não haver provas de que houve compra de deputados pelo governo do ex- residente Luiz Inácio Lula da Silva para a aprovação de projetos de interesse do Executivo.
A linha adotada por Lewandowski levou à condenação daqueles que se beneficiaram do mensalão, mas isentou o governo Lula da acusação de compra de votos no Congresso. Seria, no entendimento do ministro, um esquema de caixa 2 de campanha.
(…)
Para justificar as condenações, Lewandowski repetiu o argumento de que o STF mudou sua jurisprudência ao decidir, de acordo com ele, que o mero recebimento do dinheiro pelo parlamentar configura o crime de corrupção passiva, sem que seja necessária a indicação precisa de que ato ou decisão se cobrariam em troca dos recursos. Com isso, ele condena os deputados e ex-deputados que receberam dinheiro, mas isenta o governo Lula da acusação de compra de votos.
E aí seu Joaquim? A máxima é: o julgamento não tem a menor importância, a condenação dos réus é que importa.
Assim caminha a humanidade!

Por; João Costa, que é radialista, jornalista e diretor de teatro, além de estudioso de assuntos ligados à Geopolítica. Atualmente, é repórter de Política do Paraíba.com.br



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